Desde que me entendo por gente, sempre tive muitas dúvidas e as mesmas perguntas com relação à diversidade sexual. Cresci em uma família tradicional e conservadora, onde o tema gays e travestis sempre foi tratado com preconceito e muita resistência. Não nego que, por muito tempo, eu também reproduzi esse tipo de comportamento, agindo de forma homofóbica e discriminatória com as pessoas que não se enquadravam na minha ideia de norma social.

Mas, a vida sempre nos surpreende quando menos esperamos. Foi assim que, há alguns anos, conheci uma pessoa que mudou completamente a minha visão sobre os travestis e a forma como os via como pessoas. Em um evento de rua, encontrei um travesti chamado André. Na época, fiquei sem jeito e não sabia como agir, pensando que se mantivesse muita proximidade, poderia ser agredido ou julgado pelo que os outros pensavam.

Porém, uma coisa levou a outra e André começou a frequentar a minha casa junto com amigos. No começo, confesso que era estranho vê-lo andando pela sala, falando sobre suas histórias e seus sonhos para o futuro. Mas, com o passar do tempo e horas de conversa, percebi que ele era uma pessoa comum, assim como eu e até mesmo com muitos sonhos e desejos em comum.

Foi aí que o preconceito começou a cair e a dar lugar à empatia. Aos poucos, a amizade foi se estabelecendo, e eu comecei a aprender mais sobre a vida de um travesti, seus desafios, suas expectativas e o quanto a sociedade os discriminava, muitas vezes sem ao menos conhecê-los.

André passou a ser um exemplo de luta e força, sempre na defesa dos seus direitos e dos direitos de todos os LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros). Foi graças a ele que aprendi o quanto a diversidade sexual é importante e deve ser valorizada em todas as suas formas.

Nosso relacionamento se tornou um modelo de convivência, onde a amizade e o respeito mútuo foram a chave para a construção de um mundo melhor, sem intolerância, discriminação ou preconceito. Por mais que muitos ainda não entendam, a diversidade sexual é uma forma de enriquecer nossa vida e conectar a nossa humanidade, celebrando as diferenças e o amor que une a todos.

Hoje, posso dizer que não só respeito, como admiro a força dos travestis. Digo que André é o meu travesti favorito, pois me ensinou mais do que eu poderia imaginar sobre a vida e sobre mim mesmo. Ele é a prova de que, mesmo em meio a um mundo que ainda é cruel com a diversidade humana, é possível encontrar um caminho de amor e aceitação.

Em resumo, posso dizer que minha experiência com André mudou completamente a minha visão sobre travestis e LGBTs e que, agora, sou um defensor ativo da diversidade sexual. Aprendi que é fundamental lutar contra o preconceito todos os dias e que não há nenhuma diferença entre as pessoas, apenas a diversidade que nos torna únicos e incríveis.